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"Uma vez que Deus se encarnou, por que nos damos tanto trabalho continuamente para 'desencarná-lo de novo, para desfiar a veste de carne, reduzindo-o novamente a puro espírito? Como se o Corpo do Senhor não se houvesse tornado 'Espírito vivificador",
Podemos ver a beleza de Cristo em cada pessoa, naquilo que é mais seu, mais humano, mais pessoal - em coisas de que um asceta poderia aconselhar-nos severamente que nos livrássemos.
Porém esses apegos têm também sentido em nossa vida em Cristo. Já reparei como noviços que se esforçam por ser desapegados, com demasiada severidade, seja em relação aos pais, aos amigos, ou às pessoas em geral, frequentemente carecem de uma dimensão espiritual muito importante em sua vida, e com frequência fracassam como monges.
Os que são mais 'humanos' se tornam melhores monges, precisamente por serem mais humanos e porque simplesmente não acreditam nas recomendações dos que tentam aconselhar-lhes que se esforcem por ser menos humanos."
Thomas Merton, "Reflexões de um Espectador Culpado", Vozes 1970, pág. 248.
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